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O novo plano ferroviário para o Paraná

O novo plano ferroviário para o Paraná
Cezar Fernando
fev. 28 - 4 min de leitura
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Depois da administração de JK, que passou a construir rodovias no século XX, os governos seguintes não têm dado a devida atenção às estradas de ferro. Muitas promessas foram feitas, mas os investimentos ainda são escassos. Isso não é nenhuma novidade, não é mesmo? O Paraná tem forte participação no setor de agronegócio brasileiro, possuindo o maior porto para exportação de produtos agrícolas do País, o Porto de Paranaguá. Devido ao seu constante crescimento, um novo plano ferroviário para o Paraná foi lançado para ajudar a aumentar a capacidade de escoamento no Estado.

No Brasil, a maioria das ferrovias ainda é muito antiga, e apenas 15% das cargas são levadas sobre os trilhos. Sendo que, em países com grande extensão territorial, como China, Canadá e Estados Unidos, o setor logístico transporta cerca de 40% de suas cargas em trens.

No Paraná, os trechos da Serra da Esperança, entre Guarapuava e Ponta Grossa, e a descida da Serra do Mar, entre Curitiba e Paranaguá, foram construídos há mais de 100 anos. Essas passagens dificultam a expansão da capacidade de atendimento até o Porto de Paranaguá. Quer saber mais sobre o novo projeto ferroviário do estado? Continue acompanhando a leitura!

O projeto das estradas de ferro do Paraná 

O novo projeto está sendo elaborado pelo Sistema Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), junto ao governo do estado e entidades do setor produtivo, com o objetivo de adotar um novo modal para fazer o transporte de cargas. Possui, a princípio, uma logística mais eficiente e tarifas mais baixas, fazendo com que o Paraná se torne mais competitivo.

Em dez anos, o plano prevê quintuplicar o transporte de trens de cargas escoadas até Paranaguá. De acordo com informações do Porto, em 2020, o terminal deve operar 54 milhões de toneladas. E com o carregamento passando sobre os trilhos, até 2030, estima-se que a quantidade deve ultrapassar os 75 milhões.

Atualmente, somente 20% das cargas são movimentadas por trem, enquanto os 80% restantes são levadas por caminhões. Porém, adotar o modal ferroviário exige que alguns gargalos(trechos que provocam lentidão) sejam resolvidos, pois as ferrovias paranaenses têm capacidade limitada. 

Desafios

Solucionar o problema dos gargalos é uma das questões apresentadas no plano ferroviário: por exemplo, curvas fechadas e trechos íngremes acabam diminuindo a velocidade das locomotivas. Em 2019, um destes gargalos foi melhorado. A curva perto da ponte São João, na Serra do Mar, construída entre 1880 a 1885, teve seu raio ampliado de 68 para 100 metros. Com isso, a viagem de um trem de carga entre Curitiba e Paranaguá passou de 12 para apenas seis horas de duração. 

Outro gargalo previsto para ser eliminado é o da Serra da Esperança, entre Guarapuava e Ponta Grossa. Por ter muitas curvas e conter diversas passagens de nível, o trecho, de cerca de 250 km, leva 19 horas para ser feito, a uma velocidade média de 13km/h. Este trecho é fundamental para o escoamento de produtos da região Oeste do estado.

 

Os benefícios

Há uma série de vantagens que o plano pode oferecer para o estado. O transporte de cargas pelas estradas férreas reduziria custos com frete e pedágio, diminuiria o congestionamento das rodovias que cortam o estado e diminuiria o número de acidentes. Os caminhões continuariam sendo utilizado, mas para longas distâncias, por exemplo, das indústrias até as ferrovias.

Com os trens rodando, é possível diminuir as emissões de carbono geradas pelos caminhões. A proporção é cerca de cinco vezes menos gases liberados na atmosfera – pois 3 locomotivas podem levar uma carga que seria feita por 150 caminhões. Vantajoso, né?

Essas mudanças permitirão que o transporte ferroviário paranaense chegue em cerca de 50 milhões de toneladas por ano, mas para que isso aconteça é necessário ter um bom planejamento para o sucesso.

Você acha que esse projeto vai acontecer mesmo? Diga nos comentários!


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